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30 de março de 2013

paisagens de outrora

hoje eu olhei mais uma vez pela janela
aquela de frente para o horizonte que sempre buscamos...
vi uma rachadura no vidro.
não gosto dela. mas rachaduras sempre aparecem. e podem cortar seu dedo.
uma gota me vez lembrar... lembrar de um tempo distante
outrora onde uma mesma gota foi testemunha de uma promessa dita eterna.
sempre que a eu via gotas... vermelhas ou salgadas... significava que precisava ficar de pé ao lado daquela mesma coluna na coluna na parede, de frente para essa mesma janela, e me apoiar ali...
mas agora é diferente.
a rachadura se espalhou e feriu meu alicerce.
E assim... não consigo mais consertar... está distante.
E aquela janela agora tem uma visão embaçada, trêmula, tenebrosa. Não consigo mais interpretar o que vejo.
Já faz tempo que esqueci o tal do horizonte.
já faz tempo que esqueceu a dita promessa...
Preciso me sentir inteiro novamente, está tudo quebrado e desmontado.
mas não foi por querer.
é difícil se manter de pé quando seu alicerce já está deitado.
quero acreditar naquela janela novamente, mas agora até a chuva já consegue entrar
gosto de chuva, gosto do tempo, mas não gosto do vidro quebrado.
Uma lava, o outro passa, mas o ultimo pode ferir.
Existem feridas fechadas, existem feridas amarguradas, mas as piores certamente seriam as feridas ausentes.
não... são as feridas da ausência.
seria uma escolha ou seria apenas coincidência?
não dá pra viver na duvida se o dedo está cortado, se a janela está quebrada ou se sou eu quem está se desfazendo.
quebrei o vidro! Então pulei nas gotas condensadas em algodão. é a vantagem de pular do alto.
Pulei na esperança que estivesse lá em baixo outra vez...
Pulei sem pensar, apenas sentindo confiança que horaria aquela promessa.
e ao cair, agora as gotas também caem... mas em córregos. Se não pôde cumprir uma promessa, é melhor cair de uma vez e construir um novo alicerce. chega de janelas.
Não se preocupe tanto com minha queda... as vezes não precisamos aprender a voar, mas a cair com os pés no chão... e a se levantar depois disso. me ajude novamente.
E então teremos novos horizontes.

Daquele que nunca esquecerá o formato das janelas de outrora....

10 de fevereiro de 2013

raiva de vidro

E mais uma noite cai... uma noite depois da outra...
Ao meu lado apenas um copo de vidro completado com vodca...
Faz tempo que os fios que um dia nos juntaram enferrujaram e... estão partindo nossas almas.
Terá sido minha esta falha? Sempre me sentirei responsável. A culpa será de um todo minha.
Desculpe, mas foi tão forte e de repente...
Foi tão certeiro e inesperado...
Um tiro certeiro, todos estamos feridos. Foi culpa minha não ter sido rápido o bastante para me colocar na frente do impacto...
Ou terei sido eu o que recebera toda a carga?